
“Me interessei cedo pela guitarra e pelo violão.
Gostava de tirar as melodias das musicas que ouvia no rádio e nos discos, primeiro só numa corda e depois tentava descobrir os acordes.
Descobri mais tarde que isso é um ótimo exercício para o ouvido e para conhecer o braço do instrumento.”
"Uma estrada de sons"
Natural do Rio de Janeiro, Ricardo Silveira é músico profissional desde 1976, tocando ao vivo e em estúdios com grandes nomes da música brasileira e internacional.
Seu nome está presente na ficha técnica de centenas de discos como músico, arranjador, produtor e diretor musical.
Quando adolescente, gostava de ouvir desde o Rock (Beatles, Rolling Stones, Jimmy Hendrix, Led Zeppelin, Cream) e Blues (BB King, John Mayal) a Música Brasileira (João Gilberto, Chico Buarque, Mutantes, Novos Baianos, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Tom Jobim, Baden Powell). Também descobriu o Jazz de Dave Brubeck, Miles Davis, Oscar Peterson, Joe Pass, George Benson e Wes Montgomery.
Estudou violão clássico, teoria musical e frequentou a Escola Nacional de Música no Rio de Janeiro. Nesta época, assistiu a um show de Victor Assis Brasil, que havia estudado na Berklee College of Music (Boston) e de Márcio Montarroyos, que também tocou no mesmo show e o incentivou a fazer um curso na Berklee.
Após um ano, voltou ao Brasil, onde passou dois meses fazendo shows com Márcio Montarroyos.
De volta a Boston, por recomendação do guitarrista Bill Frisell começou a trabalhar com uma banda de salsa, a Latin Stars, um de seus primeiros empregos profissionais nos Estados Unidos.
Nos finais de semana, Ricardo deixava Boston a caminho de Nova York, onde tocou com o grupo brasileiro Astra Carnival.
Recomendado pelo trompetista Claudio Roditi, Silveira foi convidado a integrar o grupo do flautista Herbie Mann, com quem fez uma turnê de dois anos pelos Estados Unidos.
Naquela época, morando em Nova York, ele também começou a trabalhar em estúdios, participando de gravações ao lado de grandes músicos como Steve Gadd, Richard Tee, Marcus Miller, Michael Brecker, Jason Miles, Nana Vasconcelos, L. Shankar.
Apesar de quatro anos trabalhando fora do país, Ricardo manteve contato com a música brasileira. Aliás, a maioria dos convites para tocar no exterior vieram também pelo fato de ele ser músico brasileiro e transitar com fluência por diferentes linguagens e estilos musicais.
Por recomendação do produtor e músico Liminha, quando se conheceram nos Estados Unidos, foi convidado para fazer a turnê do álbum "Essa Mulher" com a consagrada cantora Elis Regina.
Neste mesmo período começou a atuar intensamente em gravações de jingles e discos de vários artistas.
Após a turnê com Elis Regina, Ricardo passou a tocar com outros grandes nomes da MPB como Hermeto Pascoal, Maria Bethânia, Gilberto Gil, Milton Nascimento, João Bosco, Ivan Lins, Nana Caymmi e Ney Matogrosso, com quem também fez arranjos e direção musical.
Entre participações em shows e gravações de grandes nomes da música brasileira, Ricardo começou a desenvolver seu projeto autoral.
Seu primeiro disco foi "Bom de Tocar" (Polygram), lançado em 1984. A música fez tanto sucesso que acabou virando vinheta da Rádio Globo FM, ficando no ar por 10 anos, e imortalizando seus solos de guitarra na música que deu nome ao disco.
Devido ao impacto, o guitarrista foi convidado para tocar no primeiro Free Jazz Festival em 1985. Para o show, convidou amigos talentosos: o baixista Nico Assumpção, o pianista Luiz Avellar, o baterista Carlos Bala e o saxofonista novaiorquino Steve Slagle.
O resultado foi tão bom no palco que o quarteto promoveu a gravação do álbum "High Life", lançado em 1986 pelo selo Elektra Musician.
O segundo álbum solo, intitulado com o nome do próprio guitarrista, veio em 1987. Nos Estados Unidos, ganhou o nome de "Long Distance" pelo selo Verve Forecast, que lançou além deste, os títulos "Sky Light", "Amazon Secrets" e "Small World".
Todos estiveram entre os cinco artistas de jazz americanos mais tocados nas rádios, com Sky Light e Amazon Secrets em primeiro lugar.
Nos Estados Unidos, além da turnê com Herbie Mann tocou com nomes como Sergio Mendes, Don Grusin, Dave Grusin, Oscar Castro Neves, Dori Caymmi, Nathan East, Vanessa Williams, El Debarge, Diana Ross, Brenda Russel, Justo Almario, Toots Tiellemans, Baby Face, John Pisano, Kevin Lethau, Ronnie Foster, Harvey Mason, Paty Austin, David Sanborn, Pat Metheny, Phil Perry, Earnie Watts, Gregg Karukas e Abe Laboriel.
Com Matt Bianco, Silveira esteve duas vezes na Europa e no Japão, para onde também fez oito viagens em concertos com Sadao Watanabe e Don Grusin.
Em 1995 gravou “Storyteller” peço selo Kokopelli, que também ficou entre os cinco mais tocados.
Em 2001, o CD "Noite Clara" foi lançado no Brasil pela MP,B e em 2003 nos EUA pela Adventure Music. Este trabalho foi indicado ao Grammy Latino em 2004 na categoria Melhor CD Instrumental.
No ano de 2003, em parceria com o pianista Luiz Avellar, ambos com experiência em turnês ao lado de Milton Nascimento, gravam o Cd "Ricardo Silveira e Luiz Avelar ao vivo tocam Milton Nascimento".
De 2006 a 2009, foi apresentador do "Studio 66" do Canal Brasil, em mais de 70 programas que recebeu diversos artistas para um bate-papo e improvisações musicais. Vários nomes passaram pelo programa, como Egberto Gismonti, João Donato, Paulo Moura, Carlos Malta, João Bosco, Yamandú Costa, Chico Pinheiro, Hélio Delmiro e Guinga.
Em julho de 2007 foi lançado nos Estados Unidos “Outro Rio”, sua décima obra, e em fevereiro de 2008 no Brasil, respectivamente pelos selos Adventure Music e MP,B.
Em 2008 produziu o CD “De um jeito diferente” do cantor Emilio Santiago que ganhou o TIM como "Melhor álbum do ano MPB".
Ricardo participou do CD "Randy in Brasil" do trompetista Randy Brecker, que ganhou um Grammy em 2009de Melhor Álbum de Jazz Contemporâneo. Ainda em 2009 assinou a direção musical do trabalho do cantor e compositor João Bosco "Não vou para o céu, mas não moro mais no chão", que em 2010 foi indicado ao Prêmio Música Brasileira e ao Grammy Latino de Melhor Álbum MPB.
Em 2010, lançou o CD “Até Amanhã”. Neste álbum, Ricardo reúne suas canções mais conhecidas com novos arranjos assinados pelo próprio Ricardo, Vittor Santos, Jessé Sadoc e Marcelo Martins.
O ano de 2013 foi de intensa produção musical. Além de shows e gravações, Ricardo lançou dois trabalhos, por enquanto apenas nos EUA: “RSVC”, disco em dupla com Vinicius Cantuária e “Atlânticos”, duo com o violonista Roberto Tauffic. Isso sem contar com o relançamento de “Storyteller” pela Adventure Music no mercado norte americano.
Com este mesmo ritmo acelerado, em 2014 foi a vez do Cd duplo “Ricardo Silveira Organ Trio”, lançado nos EUA, um sonho antigo de Ricardo em explorar as sonoridades de um trio de jazz baseado no som de um Órgão Hammond B3.
Em 2016 foram lançados dois trabalhos: Cd “Cosmos” Ricardo Silveira & John Leftwich, convidando Hubert Laws e Kiko Freitas e o Cd/DVD Ricardo Silveira Quarteto “Ao vivo em Jericoacoara”, gravado durante o Festival Choro Jazz.
Em 2017 lançou nas plataformas digitais o trabalho em trio: “Simbora”.
Os anos de 2018 e 2019 foram permeados por shows e turnês internacionais ao lado de João Bosco, Banda Zil, shows do seu trabalho autoral e eventos didáticos como seminários e workshops no Brasil e no exterior.
Em 2020 produziu o álbum "Solo" Ricardo Sileira, que foi lançado em 2021, assim
como 2 cursos online.
Em 2021 deu continuidade ao projeto Solo gravando outras diversas canções em um Vídeo Live foi apresentado nas redes sociais em parceria com a casa de shows Blue Note.
Em 2022 realizou uma turnê pelos EUA onde também ministrou uma masterclass na conceituada Berklee Colege of Music, em Boston.
Em 2023 lançou, em parceria com a cantora Célia Vaz, o EP “Liverpool Rio”,
com releituras de músicas dos Beatles.
Atualmente tem participado de diversas gravações, arranjos, produções e shows
ao lado de grandes artistas, ministrado workshops no Brasil e exterior,
além de se apresentar com seu quarteto.